Relatório de Autoavaliação

Avaliação institucional, na concepção de Belloni (1998, p. 190), é a avaliação de instituições educacionais nas quais se realiza a análise do desempenho global da instituição; para isto, são considerados todos os fatores envolvidos, partindo dos objetivos ou missão da instituição no contexto social, econômico, político e cultural no qual está inserida. Compreende avaliar seus processos de funcionamento e seus resultados, envolvendo a realidade social, identificando os fatores favoráveis ao bom andamento e aqueles responsáveis pelas dificuldades, com visão à superação. Assim, a partir da percepção de que a educação tem papel ativo e significativo na transformação social, concebe-se a avaliação institucional como um processo sistemático de busca de subsídios para melhoria e aperfeiçoamento da qualidade da instituição em face de sua missão científica e social. Avaliação é uma atividade acadêmica traduzindo um compromisso de ordem filosófica, social e política; para entender este compromisso é necessário explicar o que se entende por avaliação, seus objetivos, finalidades ou funções.

 

A finalidade da avaliação, segundo Belloni (1998, p.203), não se esgota no âmbito da instituição, mas deve se constituir em uma estratégia para construir uma ponte efetiva entre a universidade e a realidade social, uma ponte que concretize o compromisso com a reconstrução do espaço social através do cumprimento de sua missão institucional.

 

Concebe-se a avaliação da educação superior como um processo sistemático e institucional que tem dois objetivos básicos: o autoconhecimento e a tomada de decisão. Estes objetivos estão voltados para a finalidade de aperfeiçoar o funcionamento e alcançar melhores resultados em sua missão institucional, junto à ciência e à sociedade. Desta forma, afirma Belloni (1998, p.204) que é, portanto, uma atividade intrínseca a cada instituição e ao sistema de educação superior como um todo, pois interfere e produz efeitos em seu funcionamento presente e futuro; além do que tem implicações sobre a sociedade e sobre a ciência, a quem seus produtos finais são endereçados.

 

Diante disso, Belloni (1998) defende que esta é a função social da avaliação - um processo de constante autoconhecimento e reconstrução institucional considerado o caminho para a construção da interlocução, ou seja, da mediação com a realidade social. Complementa que é possível desenvolver uma sistemática de avaliação que vise ao aperfeiçoamento da qualidade da educação – isto é, do ensino, da aprendizagem, da pesquisa e da gestão institucional – com a finalidade de transformar a escola atual em uma instituição voltada para e comprometida com a democratização do conhecimento e da educação, assim como com a transformação da sociedade.

 

Desta forma, no processo de avaliação institucional da Estácio de Sá de Ourinhos, utilizamos abordagens metodológicas quantitativas e qualitativas – quantitativas devido à quantificação das respostas fornecidas, e qualitativas por envolver interpretação de significações dos resultados entre os indivíduos envolvidos; destacando que “[...] é insuficiente levantar os dados, torná-los visíveis; mais que isso, é preciso selecioná-los pelos critérios de pertinência e relevância, interpretá-los, refletir sobre sua significação, buscando sempre a compreensão de conjunto”. (DIAS SOBRINHO, 2000, p. 108)[1]

 

Foram aplicados 5 tipos de questionários aos alunos Egressos, Comunidade, Funcionários, Docentes e Discentes; os resultados obtidos dos dados coletados foram repassados a cada Coordenador de Curso, à Coordenação Acadêmica e à Coordenadora Administrativa para discussão, resultando na identificação das potencialidades, fragilidades e sugestões de melhorias constantes neste relatório.

 

Diante das informações recolhidas dos questionários aplicados, resultaram na análise refletida por dimensões. Veja abaixo.

 

[1] DIAS SOBRINHO, José; Avaliação institucional na perspectiva da integração. In: RISTOFF, Dilvo I (Org.). Universidade desconstruída: avaliação institucional e resistência. Florianópolis: Insular, 2000, p.95-112

 

Dimensões

Dimensão 1: Missão e o Plano de Desenvolvimento Institucional

Em relação ao PDI, salientamos que se iniciou em 2010 uma revisão dos objetivos com previsão de término em 2011. Destacamos a oferta de um processo seletivo que permite o acesso a bolsa de mestrado e doutorado, resultado em 2010 na concessão de uma bolsa de mestrado e uma de doutorado aos docentes da FAESO, proporcionando aprimoramento profissional. Consolidou-se a formalização em documentos dos processos para participação discente no Programa de Iniciação Científica, bem como a apresentação de trabalhos desta natureza no evento institucional Semana Estácio. Destacamos ainda a reativação da Revista Eletrônica Hórus com dois números editados em 2010.

Desta forma, através das ações acima mencionadas, percebe-se que a FAESO caminha no sentido do desenvolvimento institucional convergindo para sua missão.

 

Dimensão 2: A política para o ensino, a pesquisa, a pós-graduação, a extensão e as respectivas normas de operacionalização, incluídos os procedimentos para estímulos à produção acadêmica, bolsas de pesquisa, de monitoria e demais modalidades.

A Faculdade Estácio de Sá de Ourinhos apresenta normas e regulamentos quanto à operacionalização de suas atividades acadêmicas. Em 2010 foram atribuídas horas aos docentes para orientação à iniciação científica, bem como para o Trabalho de Conclusão de Curso que são obrigatórios à apresentação das bancas. A implementação do projeto de extensão “Pró-menino: formando cidadão” (cujo objetivo é suprimir e prevenir o trabalho infantil através do atendimento em jornada ampliada de crianças e adolescentes em situação de risco social nos territórios dos Centros de Referencia de Assistência Social CRAS) ficou restrito a alguns cursos. A alocação de grupos de 10 alunos por orientador melhorou o atendimento ao orientando. Foram ofertadas Atividades Complementares disseminadas, principalmente, no evento institucional “Semana Estácio”.

 

Dimensão 3: A responsabilidade social da Instituição, considerada especialmente no que se refere à sua contribuição em relação à inclusão social, ao desenvolvimento econômico e social, à defesa do meio ambiente, da memória cultural, da produção artística e do patrimônio cultural.

Em relação a 2010, a FAESO intensificou os convênios com empresas e Prefeitura para a concessão de descontos nas mensalidades, bolsas de estudos aos funcionários e dependentes, parceria com o banco Unibanco para financiamento estudantil e cursos de Capacitação e Inclusão Digital; bem como da reativação da Revista Eletrônica Hórus. Em relação a 2009, ainda mantemos pouca divulgação das ações sociais e reestruturação parcial dos projetos sociais.

 

Dimensão 4: Comunicação com a sociedade

Na Faculdade Estácio de Sá de Ourinhos, em 2010 apresentou pleno funcionamento da Ouvidoria (ver ANEXO I), bem como se intensificou na imprensa escrita (jornais) a divulgação das atividades internamente desenvolvidas, dando visibilidade das ações da instituição através de meios de comunicação. Exposição de banners nos corredores da Instituição seja com resultados da avaliação de curso pela CPA, bem como, revitalização dos murais da sala dos professores.

 

Dimensão 5: As políticas de pessoal, de carreiras do corpo docente e corpo técnicoadministrativo, seu aperfeiçoamento, desenvolvimento profissional e suas condições de trabalho.

Destacamos que em 2010 iniciou-se a elaboração de um novo plano de carreira, o qual devido a sua complexidade, não foi concluído no mesmo ano, o processo continua em andamento. A instituição apresenta um corpo docente com boa formação, há oferta de bolsas de estudos para funcionários, o clima organizacional é positivo, bem como uma política de incentivo ao mestrado e doutorado, além do PIQ – Plano Institucional de Qualificação Docente.

 

Dimensão 6: A organização e a gestão da instituição, especialmente o funcionamento e representatividade dos colegiados, sua independência e autonomia na relação com a mantenedora, e a participação dos segmentos da comunidade universitária nos processos decisórios.

A FAESO possui Regimento Interno aprovado pelo MEC. Este regimento interno é que regula a estrutura organizacional e as instâncias de decisão, havendo registros em atas da operacionalização destes Órgãos. Compõem a organização e a gestão da instituição, o Conselho Superior de Administração, o Conselho de Ensino, Pesquisa e Extensão – CONSEPE, Colegiado de Cursos, Órgãos de Apoio as Atividades Acadêmicas, bem como o pleno funcionamento do NDE _ Núcleo Docente Estruturante por curso. Desta forma, há uma estrutura formalizada, com existência de instruções normativas, bem como registros em atas e relatórios.

 

Dimensão 7: A infra-estrutura física, especialmente a de ensino e de pesquisa, biblioteca, recursos de informação e comunicação.

A infraestrutura física da FAESO se apresenta favorável ao desenvolvimento das atividades acadêmicas, podemos ratificar esta informação com base nas instalações dos laboratórios de informática, de anatomia, bioquímica, patologia, academia, clínica de fisioterapia, núcleo jurídico, além das agradáveis instalações em relação á biblioteca, centro de convivência, inclusive com instalações apropriadas para deficientes físicos e adequada a acessibilidade. Há atualização do acervo bibliográfico dos cursos; treinamento aos alunos ingressantes sobre a utilização do SIA – Sistema de Informações Acadêmicas, bem como ao acesso e utilização do ambiente virtual incluindo a Biblioteca Virtual.

 

Dimensão 8: O planejamento e avaliação, especialmente em relação aos processos, resultados e eficácia da auto-avaliação institucional

Considerando que a avaliação institucional da FAESO é um processo que está consolidado, há a operacionalização através da CPA, que é operante. O planejamento das ações da CPA para a Avaliação Institucional se dá através de reuniões com os membros componentes da respectiva comissão, conforme registros em atas. Para o processo avaliativo da FAESO, utilizamos abordagens metodológicas quantitativas e qualitativas, com procedimentos metodológicos envolvendo: levantamento de documentos e dados, aplicação de instrumentos (questionários, reuniões, e relatórios), sensibilização e elaboração de relatório. De posse deste diagnóstico, a FAESO utiliza-o para re-analisar as suas prioridades e para buscar o engajamento da comunidade acadêmica na construção de novas alternativas e práticas para o ensino superior. Destacamos a participação de 100% dos docentes, 71% dos discentes, 68% dos funcionários na avaliação institucional.

 

Dimensão 9: As políticas de atendimento aos estudantes e egressos

As políticas de atendimento aos discentes e egressos são coerentes com o PDI; há atividades acadêmicas complementares, bem como as atividades de estágios, oferta de palestras e mini-cursos como os realizados no Seminário Estácio (evento anual caráter acadêmico, científico, com interação social com a comunidade). Há um Programa de Nivelamento – oferecido na modalidade EAD – Projeto Gabaritando com atividades de reforço aos alunos; em 2010 percebe-se uma melhora na utilização do - Sistema de Informação ao Acadêmico S.I.A.

 

Dimensão 10: A sustentabilidade financeira, tendo em vista o significado social da continuidade dos compromissos na oferta da educação superior.

Percebe-se que na FAESO, existe coerência entre a sustentabilidade financeira com a especificada no PDI; há pontualidade no pagamento de salários e demais compromissos financeiros.

 

Considerações Finais

Desta forma, percebemos que as melhorias ocorreram de maneira geral, e considerando a avaliação como um processo contínuo, certamente temos ainda aspectos a serem melhorados; considerando os desafios e planejamento para 2011.  Na avaliação da Faculdade Estácio de Sá de Ourinhos, referente ao ano de 2010, percebe-se um aumento expressivo de melhoria em relação à: eficiência do Sistema de Informação Acadêmica – SIA, em relação à qualidade do atendimento da Secretaria de Alunos, a disponibilidade de laboratórios para atender as necessidades dos cursos e a disponibilidade de recursos audiovisuais. O aspecto que impactou de forma negativa foi a condição de limpeza e manutenção do campus, provavelmente em função da terceirização de parte dos serviços. Desta forma, percebemos que as melhorias ocorreram de maneira geral, e considerando a avaliação como um processo contínuo, certamente temos ainda aspectos a serem melhorados.

O Relatório de Autoavaliação Institucional Final de 2010, esta disponibilizado no sistema E-MEC e  na Biblioteca da FAESO.