Quando falamos em sustentabilidade, pensamos em ações como não poluir, preservar áreas naturais, reciclar lixo, economizar água, dar preferência às fontes alternativas de energia etc. Mas raramente nos lembramos de relacionar uma de nossas atividades mais básicas com impactos negativos no meio ambiente: o ato de se alimentar. 

Na semana da sustentabilidade queremos alertar a população em geral sobre o desperdício. Alguns números assustam, você sabia que 7,2 milhões de pessoas passam fome no Brasil e 30 milhões sofrem por subnutrição. Em números, a produção de alimentos no país seria suficiente para os mais de 204 milhões de cidadãos, porém, a desigualdade de renda e o desperdício a situação se agrava mais. Atualmente, nós diariamente desperdiçamos 41 mil toneladas de alimentos no Brasil, e somamos um total de 15 milhões de toneladas anuais. Esses números mostram que, nosso desperdício diário alimentaria 25 milhões de pessoas por dia, ou seja 13% da população brasileira, por isso consuma somente o necessário.

Outro assunto de extrema relevância sobre alimentação é a quantidade que o brasileiro consome de açúcar. Aliás este é um problema refletido em todo o mundo. Em média, são 30kg por ano que consumimos, enquanto a  Organização Mundial de Saúde recomenda o consumo diário de 50g de açúcar por pessoa. Isso implica que cada pessoa deveria consumir até cerca de 18,2kg de açúcar anualmente, uma redução para 25g/dia já nos proporciona muitos benefícios para a saúde. 

Agrotóxicos, um problema a ser controlado.

É possível uma produção sustentável? O brasileiro ingere 5,5 kg de agrotóxicos ao ano. O uso intensivo dos defensivos agrícolas está associado a agravos à saúde da população, tanto dos consumidores dos alimentos quanto dos trabalhadores que lidam diretamente com os produtos, além da degradação do meio ambiente.

Comer é um ato ecológico, o que faz com que todo cidadão deva, idealmente, ficar atento à origem do alimento que consome e analisar criticamente as técnicas empregadas no sistema de produção. A qualidade e pureza dos alimentos, a sustentabilidade (social e ecológica) dos métodos de produção e os problemas e desigualdades existentes na sua distribuição são algumas das questões que devemos analisar em busca de uma alimentação mais sustentável.